terça-feira, 19 de agosto de 2008

Carlos Drummond de Andrade

AMOR E O TEMPO



Amor e seu Tempo
Amor é privilégio de maduros
Estendidos na mais estreita cama,
Que se torna a mais larga e mais revolva,
Roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não imprevisto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existeValendo a pena o preço do terrestre,
Salvo o minuto de ouro no relógio
Minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
Depois de se arquivar toda a ciência
Herdada, ouvida.
Amor começa tarde. (Carlos Drummond de Andrade )

2 comentários:

Marce Reis disse...

Esse poema não tem nada a ver com você. Deveria escolher outro para deixar aí!Não me lembro de você ler algo de Drummond!!Se agora é o caso quem diria,você EVOLUIU!!!




M.R.

Unknown disse...

Drummond é MARAVILHOSO!!! Consegue traduzir o que, aparentemente, não poderia ser traduzido...